Falo-vos da relação que eles (o macaenses com dinheiro) têm com os seus super-carros. É no mínimo, cómica.
Quando pensamos em carros de 400.000 euros, pensamos em segurança, mil e um cuidados, redomas de vidro, alarmes, e tudo menos estacionar o carro em qualquer lado. Pensamos em garagens privadas, etc.
Pois por estas bandas, não se pensa nisso. Estes super desportivos são tratados como qualquer citadino. Estacionam em qualquer sitio, juntinho aos outros carros, rodeados de motas. Passam em qualquer estrada, seja mais movimentada ou não, com piso mais ou menos degradado, e esteja sol, chuva ou tempestade tropical, estão sempre na rua a andar de um lado para outro.
Talvez por alguns destes carros (talvez a maior parte deles...) tenham sido comprados com "dinheiro fácil", não se dá tanto valor ao super automóvel. O risco de qualquer coisa correr mal, na opinião destes condutores, é pouco relevante, e mesmo que aconteça alguma coisa, arranja-se ou em última instância troca-se.
Um pequeno à parte. Enquanto vos escrevo este belo post, está um chuva fortíssima lá fora, que, cómicamente, não é impedimento para um Maserati GT (adoro) andar aqui às voltas na Horta e Costa, a puxar sempre que tem mais espaço. É este nível de descontração que para mim é desconcertante.
Voltando ao tópico principal, e querendo explicar o meu ponto de vista, digo-vos que apesar de me fazer alguma impressão ver a desconcentração desta malta, acho que se devem tratar os carros assim. Usar e até abusar. Usar estes carros no dia-a-dia já não é uma tarefa hercúlea, como seria na década de 80 e 90, quando os super carros exigiam uma super forma física, e a fiabilidade mecânica era um ponto sensível.
Hoje, com as caixas automáticas e sequenciais de dupla embraiagem, motores com hiper gestões electrónicas, e suspensões mais inteligentes que qualquer esquentador, podemos fazer perfeitamente as voltas do quotidiano nestes carros.
Ainda que seja um assunto recorrente, e analisando novamente a utilidade de um super-carro em Macau, que é nula, podemos considerar em ultima análise que é uma forma interessante de tratar da "vidinha" aqui por estas bandas.
Manutenções, consumos, seguros e outras contas são remetidas para segundo plano quando o dinheiro abunda. Até o forma de encarar um carro tão caro é diferente. É apenas um carro...
Não, não é apenas um carro. É um super desportivo de sonho que grande parte de nós venderia a mãe e uns cromos do Benfica para poder usufruir destas experiência de condução.
Mas é isso Macau. Espero que me continues a presentear com carros de sonhe em qualquer esquina e circunstancia!
Um clássico Aston Martin, mal estacionado, sem grande preocupação. Devia ter acabado de sair da lavagem manual. |
O dono deste McLaren MP4-12c tem uma relação muito interessante com o carro. Estaciona sempre nestas zonas, e coloca sempre moedas no parquímetro. |
Esta lavagem na esquina do meu prédio é o epicentro dos cuidados dos super-desportivos. Em cima do passeio, na linha amarela, tudo vale. |
Este 599 costuma estar sempre estacionado ao lado do Casino Lisboa. Zona um pouco suja, e no caminho dos vários riquexó para os turistas. |
Estacionado na paragem dos autocarros, a ocupar quase a segunda via. Descontração total. |
Não é um super-carro, nem tão pouco um carro que gere grande interesse, porque é velhíssimo (!!) mas cria um cenário muito giro. |
O F12 que vos mostrei a semana passada. Mal estacionado, com uma multa, a ocupar uma via que se torna muito movimentada com o avançar do dia. Cómico. |
E este 458 estacionado em cima do passeio? Numa zona de obras, sem grande interesse. Posso acrescentar que adoro o 458! Era dos primeiros a desportivos a comprar... |
Não é uma zona muito controlada pela policia, mas provavelmente ainda apanhou uma multa. Eu por mim, rebocava o Ferrari para minha casa... |
Hoje, no autocarro, num dia chuvoso, um Gallardo novinho no meio do transito. |
Isto é Macau. Poderia copiar a legenda de cima. Num espaço de 5 minutos, dois Gallardos novinhos. |
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