sábado, 23 de fevereiro de 2013

Quanto maior, melhor!

Por esta altura, vocês já sabem (ou pelo menos deviam saber) que Macau é muito pequeno e o estacionamento vale Ouro. Ou pelo menos, é essa a mensagem que interessa passar, para alimentar uma especulação brutal à volta de um lugar de estacionamento. Para terem uma ideia, um lugar de estacionamento num silo automóvel, ou numa garagem privada de prédios de habitação anda entre os 150 e 300€ por mês dependendo da zona. Não é uma renda fácil de suportar. Temos ainda que pensar que sempre que se sai com o carro, temos que o estacionar algures para "fazermos" a nossa vidinha, e a questão, é que as garagens publicas nas zonas centrais estão sempre cheias, com filas para entrar, e pelas ruas, é quase impossível arranjar um lugar.

Por isso, sempre que vos apresento os citadinos japoneses pequeninos, penso para a minha roupa que não tem qualquer botão: "Claro, só assim é que faz sentido ter um carro em Macau"

Mas depois vemos os Maserati, os Lambo's, Mercedes e BMW aos molhos e deixo de pensar na ideia anterior.

E claro, há dias em que alguém nos surpreende com um carrão tão grande, tão pouco prático e gastador que se faz luz e se pensa... Ahhhh, esta gente tem muito dinheiro, ok.

Que tal um dos maiores coupe do mundo?
Um enorme Lincoln Continental Mark V branco é um confortável sinal de ostentação e de gosto bem duvidoso. Só consigo pensar no "glamoroso" Liberace quando penso neste tipo de carros.
Sei que não é todos os dias que se vé um carro clássico, por isso, enquanto entusiasta, gostei muito de o ver, mas o meu lado mais técnico e realista não me deixa gostar muito deste tipo de carros.

A verdade, é que quase 6 metros de carro (quase o dobro do belo Citroen AX GTi), não pode ser bom sinal, e se tivermos algum conhecimento histórico da engenharia automovel, já sabemos que teremos um motor muito grande com cerca de 20 póneis anões... Pois bem, é um V8 de 7.5cc com uns míseros 210 cavalos, mas com um impressionante binário de 482Nm. Também se não os tivesse, não andava, porque sempre são 2.280 Kg...
Apesar de ser uma divisão de luxo da Ford a produzir estes carros, eram de fraca qualidade, com materiais maus, e com sistemas elétricos frágeis. Não é um carro rápido, nem com uma dinâmica apurada. Poderá ser se o compararmos a uma locomotiva a vapor, ou a um barco de pesca da década de 50.
Teve um período muito curto de vida, porque foi fabricado de 1977 até 1979, e acho que não deixou saudades a ninguem.

Ok, eu não sou o seu fã número 1, mas enquanto eu tirava as fotografias, estava uma multidão a fazer o mesmo que eu, e a expressão "wwaaaa" ouvia-se sem parar. Portanto, "thumbs up" para os carros gigantes e brancos cá por Macau!


O branco e o dourado são um "must" neste tipo de banheiras. Faróis elétricos avariavam com facilidade.

Demasiado quadrado, e painéis sem qualquer "trabalho" dão-lhe um ar pesado e aborrecido!

Pelas minhas contas, cabem 3 cadáveres adultos na bagageira. Boa média para um carro americano.

Com quase 6 metros, tem pouco espaço para os ocupantes. Boa engenharia americana, és um sucesso!



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O meio meio meio irmão!

Hoje apresento-vos mais um dos muitos carros que não vemos na Europa, mas que por terras asiáticas são bastantes comuns. Falo-vos do Toyota Porte. É um pequeno MPV, muito particular, porque apresenta do lado do passageiro uma porta de deslizar elétrica, e do lado do condutor, uma porta "normal". Imediatamente pensamos no Peugeot 1007, ainda que este tenha apresentado 2 portas de deslizar elétricas. Não estou a dizer que um é cópia do outro, até porque apareceram na mesma altura, e destinam-se para mercados diferentes, mas parecem ter um pai em comum. Pelo menos uma ideia em comum...

Ok, entendo que o 1007 foi um flop gigante, e que a Peugeot deve odiar a equipa que o projectou, mas eu até lhe acho alguma piada, e se estivermos à procura duma expressão individual e única num automóvel  porque não pensar no 1007? Eu também não queria um, verdade, mas também não é bem o meu "tipo" de carro...

Já o Toyota Porte me transmite outro feeling. É aborrecido, desproporcionado, e é um utilitário Japonês....
Começamos pelo nome, Porte. Porquê Porte? Por ser o nome francês para portão? Uii, tenho um nome francês no meu carro, grande pinta, pareço europeu.

Parece-me ser prático, e bastante espaçoso no interior. Leva confortavelmente quatro adultos altos, mas isso na China não será um problema. Tem um chão plano (tirando as versões 4x4), e um texto alto, e uma abertura de porta deslizante que ultrapassa 1 metro, facilitando a entrada da miudagem, dos velhotes ou volumes maiores. Carro muito versátil.

O que vos mostro mais em baixo, é a primeira geração, que começou em 2004 (tal como o Peugeot 1007), e sofreu agora o re-design em 2012.
Parte da base do Yaris, e usa os clássicos motores a gasolina da Toyota. o 1.3cc e o 1.5cc com as caixas especiais automáticas e outras coisas técnicas que não têm qualquer interesse, até porque a esta hora, vocês já só estão a ver os "bonecos" e vão procurar outra vez o tópico das pit babes!

Não sendo um carro particularmente interessante, ainda se vêm bastantes em Macau, e acabam por chamar a atenção porque geralmente estão um bocado kitados! Mais uma vez, não faz muito sentido kitar estes carros... mas eu não os vou contrariar.

Deixo-vos 3 exemplares, sendo que o Super DUB edition foi fotografado em Hong Kong!
Espero que gostem, mas ficam já sobre aviso, que este carro só pode ser pedido para o UK, com algumas restrições. Em Portugal, esqueçam!


A cor laranja não deixa passar despercebido. Mas este é o Porte mais de "origem" que vi. Deste lado, porta normal.

Cá está a grande porta deslizante. Prática? Sim, parece. Elegante? Nem por isso.

É um carro com poucos apontamentos estilísticos. Demasiado plano, faz parecer ainda maior, pesado.

Vé-se que tem imenso espaço interior. Na nova geração pode-se optar pela versão de 4 ou 5 lugares.

Tem quase tanto vidro, como painel de chapa na porta. É desequilibrado, ainda que a ideia seja espaço e luz no interior. Ok, conseguiram.

A calha de correr a porta é tão evidente, que parece apenas uma carrinha comercial. Querem assumir a porta deslizante, mas será assim tão necessário?

Em Hong Kong encontrei este Porte. Está todo "trabalhado" de alto a baixo. Pára-choques, embaladeiras, vidros fumados, jantes especiais, rebaixado... tudo!

Os apontamentos a vermelho dão-lhe um ar de GTi, mas com um 1.5cc a gasolina não vai fazer grandes corridas...

Enquanto escrevo este legenda, estou a pensar: Gosto ou não destas jantes? Não é mesmo o meu estilo, mas até gosto. Não sei, desculpem!

Já em Macau temos em exemplar. Jantes horríveis, e os vidros fumados tiram-lhe a vertente "citadina" Parece um bocado desajeitado.

Um look race, na cara da senhora a olhar para mim. Mas nota-se que é espaçoso lá por dentro. Boa!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Ano Novo Chinês.

O Ano Novo Chinês é a altura mais importante de todo o ano para esta interessante cultura.
O simbolismo é muito forte, e os nossos amigos Macaenses e Chineses vivem muito esta data, que para nós nos passa ao lado.

De Sábado para Domingo, eles vão aos templos fazer as suas rezas e pedidos, para um próximo ano muito prospero, cheio de coisas boas e fortuna. Isto é transversal a todas as classes sociais, quer se tenha muito dinheiro, ou seja apenas um pobrezinho desgraçado. Toda a gente se dirige ao templos. TODA!

O que depois dá contrastes muito giros. Na minha ideia (Ok, preparem-se), geralmente os eventos religiosos são mais populares entre as classes sociais mais "baixas", classe média-baixa e baixa. E aqui, chegar a um templo cheio de gente, de todos os níveis sociais foi uma agradável surpresa. Mas (e há sempre um mas), não deixei de achar estranho os carros que estavam mal estacionados à frente do templo de Kun Iam. Duas limousines Mercedes, um Audi A5 kitado, e umas quantas carrinhas daquelas luxuosas que há por cá aos pontapés!

É este desequilíbrio constante que me fascina em Macau. Estamos sempre a ser surpreendidos pela riqueza automóvel que está presente em qualquer lado e altura nesta pequena cidade. A verdade, é que mesmo os muito ricos, com ótimos carros, acreditam na boa fortuna dos seus deuses, e para terem ainda mais dinheiro, vão lá rezar mais um pouquinho. Acho bem! Até porque me interessa ver mais e melhores carros por aqui...

O "popularucho" mistura-se com o muito dinheiro, mas sempre numa "onda" muito descontraída  Claro que a policia não vai ali multar aqueles bons carros, mas ninguém leva a mal.

Uma experiência muito enriquecedora, muito interessante e inesquecível! Os panchões a ecoar pela cidade criam um ambiente quase surreal...

Deixo-vos com poucas, mas boas imagens!


Já dentro do templo. Imensa gente, a cumprir os seus deveres aos deuses. Muito interessante.

À porta do templo, estavam as limousines dos mais endinheirados. Duas Mercedes iguazinhas...

Mais à frente da Mercedes está um X6. Entretanto, são os dois horríveis...
Se o ano da cobra lhe "trouxer" muita fortuna, talvez faça o upgrade para o R8...

Nas ruas movimentas perto dos templos, víamos imensas pérolas destas.


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Uma clássica surpresa!

Macau é uma terra de muito dinheiro. As pessoas com muito dinheiro, gostam de ter coisas novas. Esta será a máxima local.

Portanto, ver clássicos é algo raro. Muito raro. Para além de não haver uma cultural motorizada antiga, tudo o que tenha 15 anos é velho, portanto, nada como vender ou trocar por algo novo. Isto é nos automóveis, nos móveis de casa, etc.

Mas por vezes temos a sorte de ver algo interessante, com uns aninhos valentes, e em muito bom estado.
Ok, estou a ser injusto... Estou-vos a mentir. Vé-se com algum frequencia Minis. Grande parte das vezes são os minis da geração de 90, com as mecânicas rover/metro, mas ok, não deixa de ser um Mini, e o Mini é um carro giro. Acima de tudo é um icone, e um carro com 50 anos de história e com tantas unidades vendidas não pode ser desvalorizado desta forma, portanto, peço-vos desculpa!

Então vamos lá por os pontos nos "i". Quando me refiro a clássicos, procuro coisas raras. Coisas fora do contexto de Macau. Os tempos avançam, e os "objectos" antigos não ficam para contar a história.

Mas desta vez foi diferente, e Macau decidiu dar-me uma prenda.
Boa! Que tal um Toyota Celica Supra? Ok, pode ser, mas nem sei bem o que é... e não meus amigos, não me enganei. Sim, Celica e Supra juntos na mesma sigla. Passo a explicar.
Antes do Supra ser apenas Supra (que ficou com este nome apenas na terceira geração que apareceu em 1986), chamava-se Celica Supra, porque foi uma evolução do antigo Celica. Ou seja, em 1978, criou-se um Celica mais espigado, com um motor seis cilindros (o celica sempre manteve o 4 cilindros), e aumentou-se um pouquinho a plataforma para sustentar a evolução mecânica, mas exteriormente, a primeira geração deste Celica Supra era igual ao Celica.

Foi já na segunda geração (de 1982 para a frente) que a Toyota tentou diferenciar um pouquinho este Celica Supra do Celica, dando-lhe um ar mais robusto e agressivo, na minha opinião bem sucedido.
As mecânica eram básicas mas decentes, todas com injecção electrónica  numa cabeça de 2 válvulas por cilindro, num motor de 6 cilindros e 2.8cc, que andava pelos 140cv até aos 170cv, dependendo do mercado de exportação que se destinava. No Japão, devido às normas das cilindradas e tamanhos, vendeu-se uma versão 2.0, mas a "patanisca" não deveria ser a mesma!

O vosso escriba em Macau gostou muito deste RWD classic aqui do oriente, e como é muito raro por a vista neste tipo de veículos (tirando no Gran Turismo), decidiu partilhar com todos vós que seguem assiduamente o Macau Paddock!

fotos: Pedro Silva

Tem uma ótima presença. E na verdade, eu gosto muito dos Japoneses dos anos 80. Tem um pouquinho o síndrome do "patinho feio".

Sim, estava mal estacionado! Mas não há nenhum policia que tenha coragem de o multar. Não, estou a brincar. A policia é implacável!

As jantes são muitos fixes! Dá-lhe um ar musculado! Deste ângulo  parece um pouquinho os Corollas AE86.
O símbolo no capot. Tem muita pinta. Mesmo à japonesa!

E os faróis que se levantam... Sweet! O carro estava em ótimo estado.

A sigla do Celica manteve-se inalterável até à penúltima geração, mas a escala face ao Supra, mostra a vontade de o diferenciar.