quarta-feira, 23 de julho de 2014

Um velhote da Germânia...

Aproveito o balanço do carro anterior, para vos mostrar outro automóvel da mesma coleção daquele senhor tão inspirado!
O que vos apresento a seguir não é tão exuberante quanto o PT Cruiser, mas por ser um "velhinho" merece um ligar de destaque neste blog!
Como já vos expliquei várias vezes no passado, cá por Macau não existem muitos carros antigos/velhos/clássicos. Talvez porque os mandaram para a sucata, por não gostarem ou simplesmente porque a vida é assim, e temos que ser duros!
Claro está, que quando se vislumbra algo mais velhinho que a década de 90, os olhos "esbugalham-se" e o interesse dispara!

Pois bem, mostro-vos um interessante Mercedes-Benz 380 SEC, que é como quem diz, a série W126, como chamavam lá pela "Germânia"... É o pai do actual classe S, e apesar de na altura ser uma banheirola, hoje, parece um Aixam ao lado do mais recente S. Mudam-se os tempo, e tudo cresce... é assim?
O nome "SEC" é a designação dada ao coupe, que apareceu em 1981, e trouxe umas quantas inovações que não interessam porque aos padrões dum Mercedes actual, são uma vergonha.
Este W126 que vos mostro é da primeira geração, que durou até 1985, e depois da merecida actualização, durou mais uns anitos, até 1991. Ainda assim, prefiro a primeira geração. Tem mais piada, mais presença e é mais cool. Podemos sair deste carro com um fato branco de linho, e um bigodito fininho, e ainda impressionamos a malta!
A designação 380 SEC indica que temos um pequeno V8, de 3.8cc e uns corajosos 205 ou 215 cavalos, dependendo da versão, ou mercado de importação. Não é impressionante, mas também não é triste. É justo, vá!

O exemplar que vos mostro, acredito ter um Kit estético da AMG, mas as jantes já não são originais.
Aqui o tema é ter tudo preto, acho eu... Não tem assim um ar assustador ou furtivo. Ter ar de um Mercedes mais antigo que o dono tem estimado com um gosto muito "básico".
Se o vosso amigo, e criador deste belo blog, fosse o dono deste carro (sim, falo de mim na terceira pessoa...), tentaria fazer uma réplica, ou homenagem ao belo 500 SEC AMG que correu nas 24 horas de Spa-Francorchamps, e que nem acabou a prova. Homenagear o quê? O estilo race, pois claro!

Como este carro não tem assim nada que me tire o sono, mas, para ficar mas feliz, tirava aquela ponteira de escape parva, e aqueles farolins traseiros brancos!
É um carro interessante no panorama Macaense, e por isso, leva um selo de aprovação!

Espero que gostem do alemão, e que compreendam a raridade destas coisinhas boas!
Até uma próxima!

Não é um 300 SL de 1985 branco, com interiores em pele branca, mas manda também uma pintarola semelhante! Tem presença, certo?

O desenho deste coupe é sóbrio, mas elegante! É uma banheira, e não parece ser ágil, mas aparenta ser possante. Mas não é... 

Era trocar os farolins traseiros e aquelas ponteiras, e ficava bem melhor...

... e já agora umas jantes BBS, bipartidas e bem largas, e rebaixado! Upa upa!

Até os emblemas vão a preto. É a moda por cá! Mas ainda assim, um bom conjunto final!

terça-feira, 15 de julho de 2014

Ainda se fazem como o antigamente?

Existe um número de carros, que, sem ser bruxo ou especialista no mercado automóvel, sabemos que vão ser um grande "flop".
No mercado europeu podemos ver uns quantos exemplos, mas torna-se ainda mais interessante quando se tenta americanizar o velho continente, e vemos que a "receita" americana não está optimizada para a Europa, e mesmo com o "downsizing" que os carros têm que sofrer para poderem ser vendidos racionalmente, as coisas não costumam ser famosas.

Tanta conversa para vos apresentar o Chrysler PT Cruiser. Apareceu em Portugal nos meados de 2000, e haviam quem odiasse, e quem amasse, embora, na minha opinião, tenha sido uns 2 % de amor, e o resto ódio...
Posicionava-se no mercado americano como um retro style, onde ia buscar inspiração aos carros da década de 30, so século XX, nomeadamente o icónico Chrysler Airflow, e tentava dar-lhe um toque moderno para entrar no século XXI em grande estilo. Em vez disso, criou uma "carrinhola" grande, pesada, com um apuro estético terrível, e péssima qualidade de construção, que na Europa foi considerado um fiasco, mas na América do Norte (E.U.A e Canadá) vendeu razoável bem. Vá-se lá entender esta gente...

A estética é relativa ao gosto de cada um, mas se vocês gostarem deste carro, não visitem mais o meu blog! Deixamos de ser amigos. Simples!
Mesmo que se goste do estilo "americano", e eu até entendo que gostem dos Hummers ou dos Camaros e Corvettes, gostar deste carro é ter um gosto demasiado marginal. Cá bem no fundo do coração até "meto no mesmo saco" o PT Cruiser (PT vem de Personal Transport... ai é? a sério?) ao horrível Pontiac Aztek.
Para quem já teve o "prazer" de andar num, sabe que dinamicamente estamos a falar dum carro pesado, com um rolamento exagerado, onde não se sente a estrada, pouco "performante" e muito gastador.

Resumi em cima exatamente o que se gosta por Macau! Acertaram em cheio!
Por cá realmente não se vêm muitos, mas quando se vêm, é há grande!
O dono dum restaurante aqui ao lado, tem um curiosa coleção de carros, e o PT Cruiser é talvez o mais interessante. O senhor pensou no conceito base do carro, e decorou ou "costumizou" (usando o termo americano de Custom) com elementos da década de 30/40, e deu-lhe uma nova alma. Isto que não signifique que tornou o PT Cruiser melhor!
Os cromados em exagero, faróis externos, farolins com molduras cromadas, saída de escape estilo art deco, e muitos outros apêndices inúteis só para transformar o Chrysler do ano 2000, num calhambeque cheio de piada!
É na verdade uma transformação que até faz algum sentido, mas não deixa de ser estranho, e claro, a questão de gosto é muito relativa, e eu não queria de todo, andar por Macau a conduzir este carro. Daria um "high-five" ao senhor por ter feito isto ao carro, mas no dia seguinte fazia que não o conhecia...


Apreciem os detalhes desta transformação, e julguem por vocês mesmos.
Até mais logo!

Esta foi a primeira vez que o vi! Dois tons e frisos cromados como nos anos 30,! E os aqueles faróis, hein?

O sitio para o pneu suplente, a imitar o antigo, mas sem qualquer função neste carro. Tenham atenção aos detalhes!

As primeiras jantes deste "kitanso". Não tinham nada de clássico, pois não?

E aquelas saídas/entradas de ar deveriam estar no capot, onde estão aqueles autocolantes cromados parvos. Retrovisores cromados... Pinta!

A primeira evolução...

...e a segunda evolução! Está com mais pinta ou não? Faixa branca no pneu com jante mais tampão cromados! 

A primeira evolução... (vista de trás!)

...e a segunda evolução! Reparem no detalhe dos farolins, e mesmo da moldura das matriculas! Impecável!

E esta saída de escape. Estilo! Faz lembrar as velhas Indians dos anos 50. 



terça-feira, 1 de julho de 2014

Um poster cheio de Veneno!

Para quem nasceu no final da década de 70 e inícios da década de 80, do século XX, está claro, passou por uma experiência muito interessante, enquanto"putitos", aquando a passagem para a década de 90.
Esta bela experiência, foram os posters dos carrões da época! As verdadeiras pin-ups da nossa infância/juventude! Eu fazendo parte deste grupo, lembro-me perfeitamente de quando a "pornografia automóvel" vinha em jeito de cartaz em papel grosso, com um acabamento lustroso, onde num fundo cinzento/neutro, se destacava um único carro, com linhas agressivas, desafiador e simplesmente brilhante. Quem não se lembra do poster mais genérico da história, onde vemos um Lamborghini Countach  LP500S branco, com interiores igualmente brancos, e pensamos, um dia vou ter este carro.

Nos dias que correm, gostaria de conduzir um, mas não de o ter. Há muitos outros antes deste...
Isto mostra, que ao amadurecer, os gosto vão mudando, e vamos dando prioridade a outros argumentos que os carros ofereçam, e não apenas à largura dos pneus, ou quantas saídas de escape o carro tinha...
Claro que há carros, que ficaram marcados, e ainda hoje continuam a ser uma referência digna de poster.
O Ferrari F40, ou o brilhante McLaren F1, fazem parte dum grupo de automóveis que foram lançados na época, e faziam as delicias do miúdos da altura, e hoje, já crescidos, conseguimos analisar o pacote, e dar-lhe os devido valor, por serem ótimos carros, ou por serem tão exuberantes e fora do normal que passam a fazer parte da nossa wishlist!

Mas nem só de carrões viviam os pósters dos finais de 80 e inícios de 90...
Lembro-me perfeitamente do poster que um amigo tinha, dum Fiat Uno Turbo i.e., vermelho, e nem por isso nos deixava de impressionar.
Foi uma época rica do "fetichismo" automóvel, onde os troféus mono-marca lançavam propaganda em qualquer evento associado ao automóvel, e as grandes marcas, esbanjavam rios de dinheiro em troféus de velocidade/ralis pelo mundo fora, e quando se torcia por uma marca ou por um piloto, por simpatia, ou só porque o "nosso" pai tinha um carro japonês ou europeu...

Nos tempos que correm, com os milhares de canais de informação, esta magia do poster no quarto do miúdo não tem a importância que tinha antes. A internet abriu um mundo de informação e conhecimento sem precedente, e é tudo mais fácil e global.
Qualquer miúdo sabe que o McLaren P1 fez o melhor tempo em Nürburgring - Nordschleife, e até já viu o video 3 ou 4 vezes no tablet lá de casa. Anteriormente já tinha visto o Pagani Zonda R, e o Skyline GT'R, portanto, não há grande surpresa ou entusiasmo nas "novidades" recentes dos super-carros.
E mais, e é aqui que eu quero chegar... Hoje as marcas lançam concepts como mudam de cuecas. O processo de criar algo de raiz é tão rápido, que podemos ver uma "maqueta" de um carro a dar umas voltas num pavilhão de testes, e pensar, - mas estes gajos já vão lançar um carro novo?

Foi o sentimento que tive ao ver o Lamborghini Veneno em Macau! Mas isto não era só um concpet?
Aliás, inicialmente nem sabia o nome desta "coisa". Tinha visto uns quantos concepts recentemente na Internet e nem sabia bem se este modelo tinha ido para produção. Bem, está em produção (vão fazer cerca de 34 carros?), e é o hiper-desportivo mais caro do mundo. No Reino Unido custa uns belos 3.4 milhões de libras, e em Macau, deve ter custado bem mais que isso, mas não importa, porque dinheiro não é um problema. Este carro encontra-se numa garagem duma malta que tem uma extensa coleção de carros, e este será em todo o caso, a cereja no topo do bolo.

Mas, caros amigos, sendo muito sincero, este carro não me enche as medidas. É demasiado excêntrico para o meu gosto, e em Macau, não fará o mais pequeno sentido.
Finalmente faço a ponte à minha introdução, e admito que é o carro perfeito para um poster daqueles que falámos anteriormente... Isto será o sonho de qualquer miúdo do século XXI que ainda tenha uma parede cheia de imagens de carros de sonho. Os Countach do antigamente, são hoje, e que me permitam a comparação, os Veneno em todo o seu esplendor, com tantos apêndices aerodinâmicos e estéticos que deixam qualquer pavão envergonhado.

Mas não é isso que todos gostamos? Todos gostamos de nos sentir um pouquinho especial, e é mesmo essa a especialidade destes carros...


Quem é que não se lembra deste? Quem nunca sonhou conduzir este beldade, de camisa aberta até à barriga, a mostrar um cordão de ouro e a pentear o bigode?

Outra imagem clássica... Este ainda hoje me deixa de rasto. Tudo neste carro é mágico! Quero um!

Quando temos 8 anos, até um Turbo i.e. numa parede nos deixa sem fôlego! Aos 30 anos um Ax Gti tem o mesmo efeito...

Aqui está ele! A representar todos os esboços de aileron alguma vez criada na industria automóvel.... 

Não deixa de impressionar, mas é tão exagerado! E nem é a referência em andar muito rápido. Aliás, O P1 e o 918 tornaram estes carros "obsoletos"...

Tem o seu "quê" de sexy, e intimida, mas só assim é que se pode suplantar ao resto da coleção envolvente...