sábado, 31 de agosto de 2013

As várias nacionalidades da Ford.

O segredo de descobrir automóveis interessantes em Macau não reside apenas em caminhar pelas ruas, até porque existe muito pouco estacionamento nas estradas.
Os melhores sítios para encontrar as pérolas automobilísticas Macaenses são as variadíssimas garagens públicas ou até privadas espalhadas pela cidade.

Para vos dar o exemplo, no prédio onde trabalho, o primeiro nível de garagem encontramos Um Skyline GTR R35, um Maserati GT e um Bentley Continental GT, todos brancos, bem juntinhos. Não são uma raridade, mas são sempre agradáveis de lhes por a "vista em cima".

Bem, há cerca de 2 semanas, num estacionamento dum grande Hotel, no porto interior, vi algo que nunca tinha visto antes. O nome Capri é tão popular, que várias gerações reconhecem logo este nome. Apelidado "mustang europeu", era um carro como uma linha tão sexy e cariz desportivo, que toda a gente desejava ter um, e continua a ser bastante popular na "esfera" dos automóveis antigos e clássicos. Teve uma brilhante carreira desportiva, que lhe conferiu sempre aquela "aura" o carro para se ter para quem gosta de acelerar.
E o nome XR2 também associam à vertente desportiva dos pequenos Ford produzidos na Inglaterra. O velhor Ford Escort MKIII, ou os Fiesta que tão bem ostentaram essa sigla.
E um Capri XR2?!

Pois, eu cá não conhecia. Os Capri tiveram importação para o mercado Americano com o nome de Mercury Capri, e apenas três gerações.
A primeira geração, foi o nosso querido capri europeu produzido na Alemanha.
A segunda geração é desenhada e produzida nos Estados Unidos, e para grande surpresa de todos (!!), é um "chanato" de primeira. Construído sobre uma base com mais de 10 anos, utilizando materiais antigos e conceitos ultrapassados, foi um moderado sucesso de vendas, ainda que seja medíocre e um tanto deprimente.
A terceira geração foi posta em prática através da engenharia Australiana. "Esta" Ford achou que seria necessário responder à Mazda e ao seu sucesso de vendas, o MX-5, e querendo uma fatia desse mercado, idealizou um carro sem qualquer piada estética, e mecanicamente pouco inspirada. Ironia das ironias, foi a Ford australiana, através das cooperação com a Mazda, usou a base do Mazda 323, de tração à frente para fazer então o concorrente do MX-5. Isto cheira logo a desastre...
A versão que vi aqui em Macau era o Capri XR2 turbo, versão descapotável (são todos...), com suspensão independente atrás, e com um motor 1.6 turbo de 132 cavalos. Com uma estética muito pouco atraente, e com um look "velho" teve um sucesso muito moderado, tornando-se um ícone no Japão, pela sua raridade e por ser uma "primo" do Mazda MX-5.

É um carro sem grande interesse, e deve ser tão divertido de conduzir com um sabão seco.
Fica o registo, mais pela curiosidade e raridade, do que pelo interesse e espectacularidade. No final de contas, estou a fazer aqui um serviço público.

Espero que gostem. Habituem-se à qualidade medíocre das fotografias. Tenho um Nokia quase clássico.

Assim muito de repente, pareceu-me um Alfa Romeo Spider com pára-choques grandes. Que barbaridade que acabei de dizer. Desculpem.

Volvo 480 turbo? Um pouquinho, mas muito pouco interessante o desenho.

A sigla que realmente me chamou a atenção. Inicialmente pensei que eram alguns emblemas colados aleatoriamente. Mas não. "Isto" existe mesmo.

Vou dizer novamente uma asneira. RS200. Não é semelhante em nada, mas esta foto lembrou-me o irreverente RS200.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Um 22B +2!

Às vezes esqueço-me de que iniciei este blog para vos mostrar as "chinesices" que se fazem por aqui.
Portanto, quem é que gosta de airelons!?
São práticos, estéticos e outros adjectivos que agora não me consigo lembrar.
Adoro especialmente quando vemos grandes ailerons em carros sem qualquer pedigree desportivo, ou ainda totalmente de origem.

Aqui fica o mote para a captação que fiz na rua há uns dias atrás.
Um Nissan Sunny com os pára-choques deprimentes e um grande aileron, sem qualquer piada.
Um Honda Civic de sétima geração, 1.4cc, cor de laranja, com uma sigla GTi (da VW), e um airelon que nem num Type-R encaixava bem...
E por fim, um Subaru Impreza verde (quase fluorescente), fortemente modificado, que no primeiro olhar bem me enganou.
Todos os amantes de ralis, ou automóveis no geral, têm como referência da espectacular evolução do comum Subaru Impreza de 4 portas para o belo 22B. Não era só um fato mais bonito. Foi uma evolução a favor da competição, onde foi revisto o chassis, suspensões, motor (aumenta a cilindrada e potência), travagem, e "mais um par de botas!". Quer se goste ou não, foi um ícone, e ainda hoje é um carro muito especial.

Pensava então estar a contemplar um belo 22B, mas rapidamente percebi que as portas traseiras continuavam lá, e que o comprimento do carro continuava o mesmo. O autor desta "obra prima" decidiu esconder os puxadores das portas traseiras, para tentar ter o look dum coupe. Resulta durante 7 segundos.
As embaladeiras fibradas à carroçaria dá-lhe um aspeto tosco, de plástico e até ajudou a abaular a porta traseira para alargar um pouquinho a cava da roda traseira. O grande aileron é copiado da versão WRX RB5, e até é dos pouco elementos neste carro que parecem fazer parte do pacote. Na secção da frente temos um pára-choques inspirado no 22B, mas na zona dos grandes faróis de nevoeiro de longo alcance, temos umas tampas de plástico. O capot com uma faixa de "carbono autocolante" ostenta uma enorme entrada de andar ao estilo do WRX, ou mesmo do 22B, que ainda tinha mais duas pequenas entradas ao lado da gigante. O capot está levantado na zona do pára-brisas, moda vista no Japão, que sugere um engine-swap exagerado, ou seja, diz-nos que alguém trocou o motor de origem por um motor bem maior e mais potente, que não encaixa muito bem, e obriga o capot a ficar mal fechado sacrificando a estética e os alinhamentos criando aquela folga inestética (depende do ponto de vista...). Neste caso acho que pós só uns tacos de borracha para dar altura ao capot, e mantém o motor de origem.

A distância ao chão parece-me a mesma do Impreza de série, e o interior está sem qualquer alteração. Mecanicamente deve estar de origem, portanto, foi só o aspeto estético alterado.
Não gosto, nem faria isto a um carro meu, mas adoro andar pela rua, e poder ver estas pérolas. Afinal de contas, isto é Macau!

Já agora, fica aqui a dica para procurarem o Subaru Impreza Casa Blanca...

Sinceramente, este tipo de carros deixam-me deprimido.

Este já me deixa mais animado. Está aqui muita coisa mal, mas é tão divertido. Parece tudo menos desportivo! Adoro!

I (love) Germany num carro japonês é hilariante. Isso, e aquela rede de galinheiro...

Aqui os três ailerons alinhados. Qual o melhor!?

Digam lá se assim bem de repente não parece um 22B um bocado foleiro?!

Pois, assim já não parece um "coupe" E começamos então a analisar a "obra prima".

Lá está a porta, mas sem puxador. Como é que é aberta? Só por dentro? Ou então soldaram a porta...

Ainda tentei espreitar lá para dentro, mas parecia-me tudo muito normal. É só para a pinta! Quase que conseguia...

Um modelo clássico a BBS, sem grande história. Não fica mal, mas também não é espetacular. Enfim, é o que é!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Revolução em câmara lenta!

Meu amigos, será que estou a presenciar uma revolução em Macau?
Será que Macau está mesmo a mudar?
O fato de ter visto um Twizy mostra um passo gigante no futuro consumo do automóvel em Macau, ou não passa de um brinquedo ao estilo do antigo Mini Moke, tão popular aqui em Macau há uns anos valentes...

Antes, devo-vos dizer, que tenho acompanhado outra "revolução" silenciosa, que é a passagem do Taxi Toyota Corolla a gás, para um leque mais extenso de carros, alguns europeus, a diesel. O Diesel começa a ter um papel mais visível na locomoção do macaenses, ainda que a nível privado, ninguém lhes toque.
Existe um preconceito, ou até mesmo desconhecimento do que é um carro diesel em no século XXI, mas isso deixarei para outra altura, porque hoje, falamos de elétricos!

Na minha opinião, o Renault Twizy não se qualifica como um carro minimamente decente para se tornar o carro do dia-a-dia. É um objeto muito giro, com imensa piada, mas não passa disso. Ou não será bem assim?
Tive oportunidade de experimentar um, e foi um "acontecimento diferente". Como sabem, estamos completamente expostos aos elementos, porque a inexistência de janelas nas portas, ou até mesmo as portas completas como opcional limita muito o uso deste carro num clima em que as temperaturas são geralmente altas, e a humidade geralmente superior a 80%. Experimentem lá guiar um Twizy num balneario duma piscina, e vão ter uma experiência semelhante a conduzir em Macau. Não existe também ar-condicionado, nem rádio. Portanto, a nível de conforto será semelhante a uma scooter, e dessas, temos milhares em Macau.
O motor elétrico faz uns 17 cavalitos, mas melhor que isso, é o forte binário que apresenta deste o primeiro pisar do acelerador. Salta-se de semáforo em semáforo com bastante rapidez e conforto. Por ser minúsculo é bastante ágil e "enfia-se em qualquer buraco", problema bastante frequente em Macau...

Estava a tentar concluir de uma forma inteligente, e tentar prever qual vai ser a reação dos condutores Macaenses ao pequeno Twizy. Mas parecem duas tarefas impossíveis!
A receptividade das pessoas em Macau dependerá muito de quem o conduzir. Se alguma estrela de Hong Kong, ou malta influente de Macau começar a usar o Twizy, pode ser que se torne num "hype" e a malta mais jovem adira à moda. Tem vários trunfos para funcionar aqui nas terras luso-chinesas, mas ainda assim representa um salto demasiado grande para o típico condutor jovem que procura abonar a ideia de status através dum carro caro, ou desportivo ou luxuoso, e o pobre Renault não se enquadra nesses grupos.

Também não acredito que se troque a clássica scooter por um "quadriciclo" elétrico.
Portanto, se o futuro do carro elétrico em Macau se basear no Twizy, vejo o caso mal parado.

E agora, a questão essencial. Eu queria ter um Twizy?
Não, não queria.

Fotos: Kuuga Wong

Talvez venda melhor por ter portas estilo Lamborghini... Acho que tem um design apelativo, mas não sei se chegará.

Nem acredito sequer que a Renault de Macau tenha grande vontade de os vender por cá. Quem fará a manutenção?