Os rabos chineses

No "universo" automóvel existem mercados muito característicos, com uma identidade muito própria, e por vezes, algo confusa.
O caso chinês é um destes exemplos muito próprios. Os produtos eram feitos inicialmente como uma base de "refugo", aproveitando licenças antigas, de qualidade inferior, e tentando oferecer sempre mais, por menos.
Nesta perspectiva apareceram muitos modelos de 3 volumes que derivavam dos mais comuns 2 volumes, e que raramente dão um resultado agradável. Só me lembro de terceiro mundo, do desenrasca e de ausência de estética e gosto.

Os franceses são ótimos na "arte" de enfiar bagageiras saídas nos hatchback, e exportar para mercados emergentes. Os japoneses, na sua táctica de expansão para mercados em franco crescimento também conseguem adaptar um bocado de chapa a mais e fazer uma bagageira com uns litrinhos a mais.
Muitas destas obras são feitas na China, em fábricas que trabalham com meias licenças da marca "mãe", e de empresas chinesas estatais, que até agora, tem sido a única forma dos construtores europeus e japoneses conseguirem entrar no mercado. Este processo está a mudar ligeiramente porque o aparecimento de construtores automóveis chineses com muita força, faz com que se dê mais atenção aos projectos internos, e  por outro lado, taxa-se forte a importação. O facto de haver muito dinheiro disponível  faz com que as taxas de importação de carros europeus não sejam grande problema. Mas estas questões falarei mais para a frente.

Para finalizar o tópico dos 3 volumes com fita-cola, deixo a minha opinião super parcial, porque acho este tipo de carros horríveis. A verdade é que em Cantão vêm-se imensos veículos destes, e os construtores sabem que o típico condutor chinês dá valor a ter muito espaço nos bancos de trás, e mala bem grande (estive quase para fazer a piada de querer uma mala por 20 patacas...).

Deixo-vos umas fotografias dos belos exemplares...

Um Honda City, com versão especial para a China. A lei chinesa obriga a que todos os carros tenham tradução em Chinês simplificado do nome do carro.

O três volumes do 207 (neste caso até é ainda a "evoluçao" do 206+) não aterroriza apenas a China, mas cá está ele... Sim ali em azul está um taxi inglês.

O VW Bora por estas bandas utiliza a base do Polo, em vez do GOLF como no mercado Europeu. É um carrinho com um aspeto triste.

Já tinha visto muitos aqui por Zhuhai. É um Opel Corsa com mala, mas aqui, com uma licença da Buick (marca americana em peso aqui em Cantão), de nome Sail.